“Justin Bieber: Never Say Never” poderia ser várias coisas. Poderia ser um documentário musical interessante, apesar do pouquíssimo tempo de carreira do artista que retrata; não é. Poderia ser uma análise indireta sobre a criação de um mito; não é. Poderia ser apenas um divertido filme sobre bastidores de um show; não é. Se fosse necessário defini-lo, o mais preciso seria “um especial de TV exibido no cinema com uma hora a mais de duração”.
Depois de um começo destinado à biografia do cantor, o filme passa a intercalar cenas de seu grande show no Madison Square Garden em Nova York, com os dias de preparação que antecederam o evento. São longos minutos de Bieber fazendo preparação vocal, lidando com as fãs e se divertindo com sua equipe.
Para se ter noção da Para se ter noção da profundidade das situações, o momento mais dramático da projeção acontece quando Justin contrai uma gripe e fica com a garganta irritada. A comoção da treinadora vocal, do empresário e da mãe do rapaz são tão cheias de vigor, que palavras como coragem e destino surgem para fazer com que ele se sinta melhor.
A utilização do 3D é precária. Os efeitos surgem apenas durante as cenas do show e alguns créditos na tela. Também há uma cena em câmera lenta que trata única e exclusivamente do balançar da enorme franja do cantor, sua marca registrada, que rende um momento com direito a Etta James como trilha sonora. Ou seja, 60% do filme é exibido em projeção normal, deixando o espectador livre para ficar sem os óculos por bons períodos de tempo e se perguntando porque pagou mais caro por uma exibição.
E, nos minutos finais, o documentário é deixado de lado, para dar lugar a uma performance exageradamente roxa.
Para quem é fã do rapaz, a experiência de ver os bastidores e a intimidade de Justin Bieber deve ser bastante divertida. Quem não compartilha da “Bieber Fever” e não aguenta fãs chorosas, entretanto, pode se arrepender do programa feito apenas por curiosidade. Todo corte na tela é seguido por depoimentos muito acalorados de garotas que não parecem ter ultrapassado a barreira dos 15 anos, e algumas que já estão além dos 30, que gritam, berram e choram seu amor pelo ídolo canadense, à exemplo das fãs da banda de happy rock brasileira Restart. Cada geração tem a Beatlemania que merece.
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